quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Risco de infecção acidental por papiloma virus humano

Risco de infecção incidental por papilomavírus humano e desenvolvimento de lesão escamosa intra-epitelial de baixo-grau em mulheres jovens

Risks for incident human papillomavirus infection and low-grade squamous intraepithelial lesion development in young females

Anna-Barbara Moscicki, MD; Nancy Hills, MA; Steve Shiboski, PhD; Kim Powell, NP, RN; Naomi Jay, NP, RN; Evelyn Hanson, NP, RN; Susanna Miller, BA; Lisa Clayton; Sepideh Farhat, MS; Jeanette Broering, NP, RN; Teresa Darragh, MD; Joel Palefsky, MD

Histórico: Lesão escamosa Intra-epitelial de Baixo Grau (LEEB) é relatada como sendo uma conseqüência histológica benigna da ativação de replicação do papilomavírus humano (HPV). Vários estudos têm descrito que existem certos riscos comportamentais e biológicos para LEEB, sugerindo que o HPV, isoladamente, não é suficiente para o desenvolvimento de LEEB. Porém, não é conhecido se os riscos comportamentais e biológicos são simplesmente riscos para infecção por HPV.

Objetivo: examinar prospectivamente riscos para infecção por HPV em mulheres HPV negativas e o desenvolvimento de LEEB em mulheres com infecção por HPV.

Material e método: estudo de corte prospectivo conduzido entre 1990-2000, com seguimento mediano de 50 meses.Mulheres com idade de 13 a 21 anos, que compareceram em 2 clínicas de planejamento familiar na área de São Francisco; 496 tinham infecção por HPV e 105 eram HPV-negativas.

Resultados: cinqüenta e quatro infecções por HPV ocorreram em 105 mulheres que eram HPV negativas no início do estudo (duração mediana de seguimento para mulheres que permaneceram HPV-negativas foi de 26 meses). Análise multivariada mostrou que os riscos para HPV incluem comportamento sexual (relative hazard [RH], 10,1; IC 95%, 3,24-31,5 por novo parceiro por mês), história de herpes simplex vírus (RH, 3,54; IC 95%, 1,37-9,1), e história de verruga vulvar (RH, 2,73, IC 95%, 1,27-5,87). Uso corrente de contraceptivo oral tem um efeito protetor significativo (RH, 0,49; IC 95%0,28-0,86). Nos 496 indivíduos que eram HPV positivos no início ou no seguimento, existiram 109 casos incidentes de LEEB durante o intervalo de acompanhamento, com um período mediano de 60 meses para aqueles que nunca desenvolveram LEEB. Infecção por HPV foi o fator de risco mais significante para o desenvolvimento de LEEB. O modelo multivariado mostrou os seguintes fatores de risco para o desenvolvimento de LEEB: infecção por HPV por menos que 1 ano (RH, 7,40; IC 95%, 4,74-11,57); infecção por HPV de 1 a 2 anos (RH, 10,27; IC 95%, 5,64-18,69); infecção por HPV por 2 a 3 anos (RH, 6,11; IC 95%, 1,86-20,06); e hábito diário de fumar cigarros (RH, 1,67; IC 95%, 1,12-2,48).

RISCO PARA H.P.V.
COMPORTAMENTO SEXUAL  
HERPES VÍRUS  
VERRUGA VULVAR
10,1
 (3,54 – 31,5)
3,54
(1,37 – 9,1)
2,37
(1,27 – 5,87)
  (Novo parceiro/ mês)


RISCO PARA LESÃO INTRA-EPITELIAL DE BAIXO GRAU (L.E.E.B.)
H.P.V
H.P.V
H.P.V.
FUMO
< 1 ano 
  >1 <2 anos 
>2 <3 anos    
DIÁRIO
7,4 
(4,74-11,57)
10,2  
(5,14-18,65)  
6,1
(1,86-20,06)  
1,67
(1,12-2,48)
Conclusão: os resultados indicam riscos distintos para HPV e LEEB. A maioria das mulheres com infecção por HPV não desenvolveram LEEB dentro de um seguimento mediano de 60 meses. Esses achados sublinham a hipótese de que certos riscos biológicos supostamente relacionados com LEEB são, na realidade, riscos para aquisição de HPV. Fumar cigarros foi um risco específico para LEEB, apoiando o papel do tabaco como um carcinógeno.

JAMA 2001; 285: 2995-3002

Disponibilizado no site em 12/07/2001

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